IMERSÃO | O Tempo do Som
"Imersão - O Tempo do Som" é um filme experimental, que se propõe a documentar os efeitos do som na percepção de tempo individual e coletiva através dançarina Ana Mariano, que se coloca como sujeito da experiência e apresenta múltiplas performances de dança contemporânea. Leia abaixo um trecho do depoimento da protagonista, após sua experiência com o filme.
A gente, por ser atravessado diariamente por diversas situações, por diversas atividades no nosso cotidiano, a gente vai se anestesiando né?! Não só aos sons, mas as imagens, tudo fica muito rotineiro, tudo fica muito automático. E quando a gente traz essa sensibilização, tudo se aflora e aquilo sempre teve ali presente, você sempre teve esse sentido. Mas é a partir do momento que você coloca uma agulha ali, que você fala “caramba eu tenho esse ponto e ele me traz lembranças, ele me estimula, ele me faz sair da minha zona de conforto” é incrível, você abre os olhos. É você polindo os seus sentidos. (MARIANO, 2017)
IMERSÃO | nos bastidores
Dentre as sensações e experiências exploradas, vivenciadas e observadas por Ana Mariano, o desapego ao código temporal matemático, e as angústias que ele traz como consequência, tal como o constante foco nos planos futuros, estiveram presentes nas diferentes experiências realizadas ao longo da construção do projeto. A música, apesar de seguir uma métrica rítmica e temporal, pode ser um importante aliado para aflorar a sensação de tempo presente do indivíduo, uma vez que a relção do ser humano com o som é inegável.
O projeto "Imersão - O Tempo do Som" propôs aos seus participantes, uma quebra métrica rítmica do tempo gregoriano através de exercícios de experimentação e improvisação. Dessa forma foi possível observar, que quando os indivíduos entravam em contato com os sons apresentados no espaço, fossem eles sons cotidianos ou melodias não antes escutadas, eles se entregavam a escuta sem buscar qualquer objetivo final. Tornaram-se territórios de passagem para aquilo que ouviam ao seu redor, e dessa forma puderam experienciar a sensação de estar presente, ou seja, o esquecimento da cronometragem das horas, minutos e segundos.